sábado, 12 de dezembro de 2009

Ilha de Ataúro - Timor-Leste

Após algumas semanas sem escrever, volto a relatar meu cotidiano em Timor-Leste.

No último dia 12, fui pela segunda vez a Ilha de Ataúro. Ataúro e Jaco são 2 ilhas que integram o território timorense.

Localizada a aproximadamente 30kms de Dili, as formas de acesso a Ataúro são um ferry-boat de propriedade alemã, chamado de Berlin Nakroma, que faz a travessia todos os sábados e alguns barcos de pequeno e médio porte também fazem a travessia diariamente.

Planta do Nakroma

O tempo de viagem dura cerca de 2 horas e o Nakroma sai do porto de Dili pontualmente às 9 da manhã e regressa às 15 horas do mesmo dia. A passagem de ida e volta custa 10 dólares (estrangeiros) e 4 dólares (timorense), sendo que em Dili só é vendida a passagem de ida e no momento da volta tem-se que enfrentar uma fila grande e super desorganizada para conseguir comprar a passagem de retorno. Exige-se um documento de identificação para a compra da passagem, sendo que algumas pessoas conseguiram comprar a passagem entregando um pequeno papel com o nome escrito, tal como no Brasil, aqui existe também o "jeitinho timorense".
Vista do Nakroma na Praia de Beloi em Ataúro

Chegando em Ataúro tem-se 2 opções, a primeira e a que adotei nas 2 vezes que fui, é aproveitar as 3 horas até o Nakroma regressar a Dili e conhecer a praia de águas cristalinas e a pequena vila em torno do lugar de atracamento do Nakroma (Praia de Beloi) e a segunda opção é pagar um transporte (caminhões, pau-de-arara...) e ir até uma segunda vila da ilha e lá hospedar-se em um pequeno hotel lá existente. Sendo que escolhendo a segunda opção você terá que regressar a Dili outro dia da semana em um barco pequeno, ou então esperar até o próximo sábado pelo Nakroma.

Eu recomendo a primeira opção e explico. Ataúro é um lugar muito bonito, mas com pouca estrutura para receber turistas, então quem se aventura a ficar mais dias por lá, terá que abrir mão do conforto e de estruturas básicas, como por exemplo um bom lugar para comer e dormir, fora que os barcos pequenos que fazem a travessia Ataúro-Dili não me expiram segurança, embora nenhum acidente tenha sido relatado.

Água cristalina de Ataúro

No mais as atrações de Ataúro são: as praias de águas cristalinas, propícias para mergulho nos corais, as bonecas de ataúro, que são artefatos feitos por artesães locais e muito famosos em boa parte da Ásia e Europa. Sendo que essas mesmas bonecas são comercializadas em Dili, por preços bastante semelhantes aos praticados em Ataúro.
Bonecas de Ataúro

Em relação ao Nakroma, trata-se de um navio de médio porte, com um porão de carga, um andar para passageiros, divido em 2 classes (1ª e 2ª classes) e um convés de onde é possível admirar o azul petróleo do mar do Timor-Leste e golfinhos que aparecem algumas vezes durante a travessia. Alguns colegas dizem que já presenciaram baleias migrando, durante a viagem para Ataúro. A travessia até Ataúro é muito tranquila, já que o mar nessa parte do Timor-Leste não tem muitas ondas.

Golfinhos em Ataúro

No porão do Nakroma é transportado de Dili para Ataúro e vice-versa, automóveis, sacos de arroz, galos e galinhas, bodes, porcos e outros alimentos, ferramentas, e nessa última viagem, uma urna funerária (caixão), que não sei se estava vazia ou não. Durante a viagem era possível ouvir o canto dos galos em todas as partes do navio.

As quintas-feiras o Nakroma faz a travessia Dili-Oecusse, que é um território timorense dentro da Indonésia.

Imagens de Ataúro:


Vendedor de peixes dessecados em Ataúro
Vista do alto de Ataúro
Escola pré-primária em BeloiIgreja protestante em BeloiCasa típica em BeloiRua em Beloi

Créditos de algumas imagens:
Internet
V. R.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Banheiro oriental!

Assim que cheguei a Dili, em outubro/2008, vindo de Ainaro, fui ficar em uma casa que dispunha de um vaso sanitário, que segundo a proprietária era de estilo indonésio. O assento do vaso era colado ao chão, tipo latrina e ao lado existia um tanque com água e um caneco.

Em um de meus locais de trabalho em Dili (INFPC), o sanitário era semelhante. Inclusive alguns de nós professores, batizamos o tanque ao lado do vaso, de "piscina de dengue" e fiquei imaginando que aquilo com certeza era um potencial criatório de mosquitos da dengue e malária.Conversando com um policial da Força Brasileira em Dili, ele me disse que o vaso lembrava bastante os sanitários utilizados no Brasil em presídios, delegacias e estádios de futebol.

Banheiro no Timor

Esse tipo de vaso na verdade não é uma exclusividade da Indonésia, sendo utilizado em quase todo o mundo islâmico e na Índia e a razão do mesmo é o de facilitar o uso por parte das mulheres que utilizam a "burca" completa e os homens que utilizam o traje típico islâmico.


Mulheres e homem islâmico com roupa típica


Este tipo de latrina chegou aqui através dos indonésios. Segundo Claúdio do Blog do Viajante, é preciso um certo equilíbrio e talvez alguns anos de prática para dominar com maestria a arte de fazer necessidades em banheiros como este. Eu já acho que eles são bem mais higiênicos em comparação com os que utilizamos no mundo ocidental. Mas para os não adeptos, desse tipo de vaso, é possível em várias residências encontrar o modelo difundido no ocidente.

Em minha viagem a Kuala Lumpur e Bali ano passado, encontrei exemplares como os da primeira foto!



Banheiro na Malaysia


Banheiro em Marrocos


Banheiro na Arabia Saudita, um pouco mais "equipado" e sem a "piscina de dengue"!


Banheiro na Índia!

Créditos para algumas fotos:
Arquivo pessoal
Blog De Outro Mundo
Blog do Viajante

Dia 27 de Novembro de 2009 - Dia do Islã no Timor!

Embora em Timor-Leste, segundo censo feito em meados do ano 2000, apenas 2,10% da população seja adepta a religião mulçumana, no décimo dia do último mês do calendário islâmico é feriado nacional em comemoração ao Eid ul-Adha (em árabe: عيد الأضحى, "Festa do Sacrifício") que é um festival muçulmano que marca o fim da peregrinação a Meca.

A Festa do sacrifício é celebrada pelos muçulmanos de todo o planeta em memória da disposição do profeta Ibrahim (Abrãao) em sacrificar o seu filho Ismail (Ismael) conforme a vontade de Deus.

Dia 26, começa a Peregrinação e Arábia Saudita confirma a presença de dois milhões e meio de muçulmanos em Meca.

Nas Mesquitas em Timor e em todo o mundo islâmico a comemoração, que lembra o sacrifício de Ibrahim, dura até quatro dias. No primeiro dia, homens, mulheres e crianças vestem as melhores roupas que possuem e realizam umaa oração numa grande congregação.

Todos os muçulmanos que possuem meios econômicos devem sacrificar carneiros como forma de lembrar o acontecimento. Em alguns casos em vez de carneiros sacrificam-se bodes, bois e camelos. É condição obrigatória que o animal seja macho, adulto e saudável. A carne que resulta destes sacrifícios é distribuída por familiares, vizinhos e pobres.

Faz parte dessa comemoração, visitar amigos e familiares. Em algumas nações, por tradição cultural e não pelo Islã, algumas pessoas trocam presentes.

Enquanto a festa do sacrifício seja sempre no mesmo dia do calendário islâmico, a data no calendário gregoriano varia de ano para ano desde que o calendário islâmico é um calendário lunar e o gregoriano é um calendário solar.

O feriado foi instituído em Timor-Leste em um dos primeiros governos constitucionais, após a retirada das tropas indonésias. E é conhecido entre os timorenses como o Dia do Islã.

Referências:
Centro Islâmico do Ceará
Wikipedia

sábado, 21 de novembro de 2009

Hábitos culturais do Timor

Há bastante tempo queria escrever sobre esses temas, mas como são muitas coisas a escrever, acabei adiando.

A distância de minha casa em Dili para o meu local de trabalho é de aproximadamente 2 kms. Faço o percurso todos os dias a pé, é uma forma de exercitar-me e também a distância não é muito grande para ser feita de taxi, além de que o serviço de taxi nos bairros de Vila-Verde e Tuanalaran não funcionam muito, seja porque as ruas são esburacadas e os taxis evitam passar por elas, ou seja porque alguns taxistas temem esses bairros, já que em outros períodos eles foram palco de alguns conflitos.

Túmulo no cemitério de Santa Cruz em Dili

Mas em minha trajetória diária, entre gritos de "Malai" e de "para onde vai?", depois explico melhor o porquê dessas expressões, percebi o grande número de túmulos em frente às casas. Resolvi contá-los, cheguei ao número de 17 túmulos em apenas 2 kms. São quase 2 túmulos a cada 100 metros. Alguns túmulos são bem grandes e com grandes adornos, outros são bem simples e alguns muito pequenos, demonstrando que ali jaz uma criança.

Resolvi então saber a razão pela qual os timorenses enterram seus entes queridos em frente das residências, já que em Dili existe cemitério (Cemitério de Santa Cruz) e já que esse fato também havia presenciado em Ainaro, percebi que não é um hábito da cidade de Dili e sim de todo o Timor.

A explicação que os timorenses mais velhos me deram, foi que durante a saída das tropas indonésias em 1999 e durante a ocupação em 1975, muitos timorenses foram mortos. Como as famílias timorenses tinham que fugir para as montanhas e não queriam deixar os corpos de seus parentes exposto ao tempo para serem devorados por animais, então estes sepultavam os corpos em frente de casa e fugiam. Após a saída dos indonésios, esse hábito virou uma questão cultural e segundo os timorenses que consultei os parentes mais queridos (pais, filhos...) continuam sendo sepultados em frente de suas residências para ficar mais próximos dos seus.

Pelas informações que obtive, o Governo Timorense proibiu essa prática em vários bairros de Dili, numa tentativa de preservar o lençol freático de contaminações provenientes desses túmulos, mas em bairros mais carentes a prática ainda continua.

Para um próximo post colocarei as fotos de alguns desses túmulos. Ainda não tive coragem de fotografá-los, os familiares podem achar falta de respeito.

Apoteose em Campinas: Ceará volta à Primeira Divisão, após 16 anos!

Notícia veiculada no Portal Globo.com


Vou abrir um espaço em meu blog e nesse post não irei falar do Timor-Leste.

Hoje Domingo 22/11/2009, vi uma notícia que me deixou muito feliz e precisava compartilhar com todos. O clube de futebol pelo qual torço no Brasil, o grande Ceará Sporting Club, venceu o time da Ponte Preta no Estádio Moisés Lucarelli em Campinas-SP pelo placar de 2x1 e se classificou para a Série A (1ª Divisão) do Campeonato Brasileiro.

Foram 16 longos anos de espera. E, neste sábado, 21 de novembro, a torcida Alvinegra soltou um grito que estava preso na garganta desde 1993. Com uma rodada de antecedência, o Ceará garantiu o retorno à elite do futebol brasileiro. A equipe do técnico PC Gusmão ainda chegou à vice-liderança da Série B, ultrapassando o Guarani.
Na última rodada da Segundona, no próximo sábado, às 17h10m, o Ceará recebe o América-RN, no Castelão, para comemorar com a torcida o tão esperado acesso.



Gols da partida!

Foto no Aeroporto de Fortaleza, quando de meu embarque para o Timor-Leste, com o Técnico do Ceará PC Gusmão.

Também no Aeroporto de Fortaleza, com os jogadores Sérgio Alves e Erivelto!


Referências e créditos de algumas fotos:
http://globoesporte.globo.com/
http://verdesmares.globo.com/

Arquivo Pessoal

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

12 de Novembro de 2009 - Dia Nacional da Juventude - 18 Anos do Massacre de Santa Cruz!




Comemorou-se no último dia 12 em todo território timorense, o Dia Nacional da Juventude.

Nessa mesma data há 18 anos, no cemitério de Santa Cruz em Dili, aproximadamente 271 pessoas foram mortas ou vinheram a morrer em hospitais pouco tempo depois, 278 foram feridas e 270 desaparceram e são considerados mortas, todas vítimas de um ataque comandado pelas tropas indonésias contra uma multidão realizava um protesto pacífico contra a morte de um jovem poucos dias antes.

Este massacre, ao contrário de muitos outros que ocorreram durante o período de ocupação indonésia em território timorense, foi filmado e fotografado pelos jornalistas internacionais: norte-americanos: Amy Goodman, Allan Nairn e pelo operador de câmara britânico: Max Stahl, que fizeram uma campanha de divulgação do vídeo pelo mundo.

O Massacre de Santa Cruz desencadeou um movimento de solidariedade internacional para o Timor Leste, e foi o motivo para o Congresso Norte Americano interromper o envio de armas dos Estados Unidos como também da assistência militar prestada para as forças de segurança indonésias.

Ali Alatas, ex-ministro das Relações Exteriores da Indonésia, chama o massacre de um "ponto de virada", que pôs em marcha os acontecimentos que conduziram à independência de Timor Leste.

Por causa disso todo dia 12 de Novembro, comemora-se o Dia Nacional da Juventude, em memória da juventude que sofreu repressão e violência nesse mesmo dia há 18 anos atrás.

Percebi em Dili, nesse dia o mesmo sentimento que já havia presenciado no dia de finados no começo desse mês. Não se ouvia nenhum som de músicas pela cidade e a noite "procissões"de velas foram formadas nas ruas da cidade.

Durante a manhã, no cemitério de Santa Cruz foi realizada uma missa em memória dos mortos do massacre, que contou com a presença do Presidente da República, Dr. José Ramos-Horta, do Premiê Timorense, Xanana Gusmão e do Presidente do Parlamento Nacional Timorense, Fernando "La Sama" de Araújo.

Mortos e feridos no massacre!

Na oportunidade o Presidente Ramos-Horta observou que: "o Estado tem a obrigação de cuidar das vítimas do 12 de Novembro. É um imperativo moral pagar compensações aos que ficaram portadores de deficiência ou traumatizados para toda a vida por causa do que sofreram, aos órfãos e às viúvas dos que perderam a vida". E anunciou que, em 2010, será lançado um concurso para a concepção de um monumento às vítimas do massacre de Santa Cruz, monumento esse que será erguido num Jardim da Paz a inaugurar daqui a dois anos em Díli. Durante seu discurso o Chefe de Estado ainda salientou que: "Perdoar não significa esquecer, significa resistir a sermos reféns da dor que nos consome a vida" e que "O Povo Timorense tem toda a capacidade para a reconciliação, através do perdão", insistiu, lembrando que, "como prova, está o facto de jamais algum dos milhares de indonésios que ficaram a viver no novo país ter sido agredido, ferido ou morto em actos de represália".


Já o primeiro-ministro timorense disse compreender o desejo de serem identificadas todas as vítimas, mas acrescentou que é difícil a Indonésia entregar tanto os restos mortais de 1991 como os do próprio Presidente Nicolau Lobato, primeiro presidente timorense e comandante militar da resistência morto em 31 de Dezembro de 1978.

Fotos das vítimas no cemitério de Santa cruz*

Durante a celebração no cemitério de Santa Cruz era percebido a presença de dezenas de familiares das vítimas do massacre com fotos dos desaparecidos e dos mortos no atentado.

Missa no cemitério de Santa Cruz*

Ainda foi realizado no Estádio Municipal de Dili um torneio de Futebol e Basquete inter-distritos, organizado pela comissão das comemorações do 18º aniversário do massacre de Santa Cruz. O objectivo do torneio foi o de prestar homenagem ao papel desempenhado pelos jovens na luta pela libertação nacional além de promover o espírito de competição saudável.


Referências:
Timor Lorosa'e Nação
ETAN (East Timor and Indonesia Network)
*Crédito de algumas fotos para: N. Andrade




quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vai um cozido de cachorro aí? Hábitos alimentares em Timor-Leste!

Para nós brasileiros, que temos em nossas cidades mais pet-shops do que padarias, é muito estranho saber que alguém pode alimentar-se de cães. Mas entre o povo maubere (timorense) esse é um hábito bastante comum.

Quando trabalhei ano passado, no distrito de Ainaro (120 kms de Dili), costumava perguntar aos habitantes do lugar se era verdade que eles se alimentavam de cachorros. Eles sempre sorriam e diziam que sim, e que entre as carnes essa era a mais saborosa. Na preferência deles a carne suína vem segundo lugar.

Então a curiosidade aumentou e fui saber a origem da carne canina que eles consomem. Pelo que fui informado os cachorros vão para a panela após serem atropelados e que nem sempre o atropelamento é uma obra do acaso. Fiquei imaginando que fato semelhante também acontece no Brasil, quando uma vaca é atropelada. Por exemplo, esse ano em Fortaleza (minha cidade natal e a quarta maior capital do Brasil), uma vaca atravessou uma pista de rolamento e foi atropleada por uma moto. Tanto a vaca como o motoqueiro morreram na hora, mas isso não foi nenhum empecilho para que uma multidão juntasse os pedaços do bovino.

A proprietária da casa que eu residia em Ainaro criava 5 cães, então perguntei se ela teria coragem de comer algum de seus cães, ela disse que não, porque eles eram parte da família, mas o do vizinho sim, ela teria coragem.


Até esse momento não sei se comi cachorro aqui, conscientemente não, mas em alguns lugares a carne que comi era um pouco suspeita.

Alguns me perguntaram se cães são criados aqui só com a finalidade de servir de alimento, ou se é possível comprar carne de cachorro em feiras livres. Só vi uma vez no mercado público de Ainaro, carne canina para vender. Quanto a se criar cães para servir de alimento, como se faz com bois, porcos e cabras, desconheço tal ação.

Preciso compartilhar alguns relatos sobre o assunto que colhi com alguns timorenses:

"Uma vez um homem e sua família queriam se alimentar de um cão, mas como não queriam matar o animal da forma usual, ou seja, com pauladas na cabeça, resolveram dar veneno para o animal. Segundo a crença local, de um animal que morre envenenado, não se pode comer as vísceras, que é onde se concentra o veneno. Acontece que a fome da família falou mais alto e comeram todo o animal, resultado, boa parte da família morreu envenenada."

"A carne canina é saborosa, porque é a que mais se assemelha com a carne humana"

"O cão substitui na ceia de natalina o Peru de Natal"

Segundo Aurélio Guterrez, para o blog Timor Crocodilo Voador, o costume de comer cães começou com a invasão indonésia, mas o motivo não se sabe. Os indonésios quando faziam suas patrulhas noturnas, irritavam-se com o fato dos cães uivarem, talvez porque isso dificultasse a patrulha ou porque não tivessem o costume de ter o cão como um animal de estimação. Talvez os próprios indonésios estimularam o consumo do animal.

Antes da chegada da Indonésia (1975), a base da alimentação dos timorenses era o milho e o arroz. Segundo Fábio Vinícius Pires da Silva, consultor do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Governo Brasileiro, a ocupação do país pela Indonésia, de 1975 a 1999, mudou os hábitos alimentares dos timorenses. Eles são cercados por mar, mas não comem peixe. A base da alimentação é o arroz. Segundo um estudo do PNAE, a alimentação escolar no Timor é muito precária. Não existe nutricionista, e a merenda é preparada por mães e voluntárias. As crianças comem basicamente arroz com “furumungo”, um tipo de feijão miudinho. Arroz, feijão, macarrão e leite condensado industrializado são a base do cardápio nas 860 escolas públicas e nas 121 particulares, do primeiro ao sexto ano.


43% da população timorense está inserida na faixa da insegurança alimentar, de acordo com o último censo no país, de 2004. Por isso, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República Federativa do Brasil, que também integra a missão brasileira de ajuda ao Timor Leste, planeja incentivar a piscicultura. No começo do ano letivo de 2009, autoridades do Timor Leste responsáveis pelo programa da merenda devem visitar o Brasil para entender melhor o sistema nacional de alimentação escolar, que preserva no cardápio os hábitos regionais.

Embora o Timor tenha um razoável rebanho de búfalos e bois, não é um hábito entre eles comer carne bufalina e nem bovina, talvez pelo custo ou pelo gosto eles prefiram a carne de frango ou a de porco. Mas isso somente em pequenas porções semanais. O ovo também não entra no cardápio timorense e não é um hábito colocar-se a galinha para chocar e a maioria do ovo consumido é importado. O Timor também é rico em uma variedade de frutas (caju, manga, melancia, limão...), mas o consumo dessas, tanta na forma in natura como na forma de suco (sumo) também não é difundido entre os timorenses. A alimentação básica diária de uma família timorense se resume a arroz e algumas hortaliças locais.

Fiquei espantado também pelo fato deles não produzirem queijo e nem terem o hábito de tomarem leite. A explicação que me deram, foi que segundo a cultura deles, o fato de ordenhar as vacas causa o enfraquecimento das mesmas.

Morei ano passado aqui em Dili em uma casa onde a família timorense proprietária do imóvel era composta por 9 pessoas, e as idades variavam entre 30 anos a 3 meses. Conversando com o chefe da família, acabei convencendo-o que a ingestão de leite pelos mais novos, faria com que eles crescessem com os ossos fortes além de se desenvolver bem mais. Após seis meses, o efeito da ingestão do leite nas crianças já era bem visível. O dono da casa reclamava do alto preço do leite, mas já percebia que aquele "investimento" teria um retorno na saúde dos filhos. Fiquei feliz, porque acabei criando nele uma consciência positiva.

Referência: Ministério da Educação (MEC)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Custo de vida em Dili!

Recebi alguns emails e mensagens no orkut de pessoas perguntando sobre o valor do custo de vida em Dili.

Bem, buscando na internet encontrei um estudo elaborado em em agosto de 2005 por uma empresa especializada em recursos humanos, a ECA International. Segundo a pesquisa, a capital de Timor-Leste, Díli, foi considerada a 8ª cidade mais cara da Ásia, à frente de Singapura e Pequim.

A lista, que apresenta três cidades japonesas, Tóquio, Yokohama e Kobe, nos primeiros lugares, cobre 39 cidades asiáticas e foi elaborada a partir de um cabaz composto por 125 bens variados, desde mercearias a aparelhos eléctricos, passando por roupas, serviços e refeições em restaurantes.

A listagem apresenta Macau como a 5ª cidade mais cara, atrás de Seul, e à frente de Hong Kong, Taipe, Díli, Singapura e Pequim.

A capital do Bangladesh, Dhaka, é considerada a cidade com o custo de vida mais barato, seguindo-se Manila, Cidade de Ho Chi Min, Bangalore (Índia) e Islamabad.

A capital indonésia, Jacarta, figura num modesto 15º lugar.

Díli, capital do país mais pobre do continente asiático e um dos mais pobres do planeta, é explicado pela ECA International como resultante do fato de os bens de consumo existentes serem todos importados.

Segue uma breve pesquisa de preços que eu fiz no mês de outubro/2009 (todos os preços em US$):

Água e alimentos:
Água mineral (1,5 litro): varia de 0,50 a 1,00, dependendo da marca.
Arroz: 3 dólares o kg, encontra-se uma saca de arroz indonésio de 20kgs por 13 dólares
Lata de feijão pronto: 1 dólar
Carne de boi/búfalo: importada da Austrália chega a 15 dólares o kg, em mercados timorenses encontra-se carne de 5 dólares o kg, mas carne local.
Frango (marcas brasileiras, como perdigão e rezende): 5 - 7 dólares o kg.

Cuidados pessoais:
Sabonete (Dovi, palmolive...): varia de 0,80 a 1 dólar
Shampoo (Elseve, palmolive, clear..): varia de 5 a 8 dólares
Lâmina de barbear (gillete): 0,50
creme dental (sensodyne, colgate...): 1-2 dólares

Transporte:
Taxi (aeroporto - centro de Dili): 5 - 20 dólares (tem que negociar bem antes de pegar um taxi no aeroporto, eles exploram)
Taxi (ligação entre pontos em Dili) - 1 - 2 dólares, dependendo da distânica (precisa negociar também antes de entrar no taxi)
Taxi (Centro de Dili-Praia do Cristo ou Praia da Areia Branca) - 2 - 3 dólares
Mikroleti (não recomendada pelo espaço para estrangeiros): 0,25
Nakromak (barco que faz a travessia Dili-Atauro): 2-5 dólares

Aluguel (Média):
Casa de 2 quartos (bairros centrais): 500-2000
Casas em bairros mais afastados (2 quartos): 300-700

Hotel/pousada (mês):
Venture: 375
Vila verde: 900
Rochela: 520
Jacinto: 200-300
Hotel Timor (sob consulta): http://www.hotel-timor.com/

Site útel:
http://aluga-uma-timor.blogspot.com/

Importante!

Aos viajantes que pretendem vir ao Timor-Leste nos próximos meses, muita atenção com os dólares que comprarem no Brasil.

As cédulas acima não tem nenhum valor no Timor-Leste e não está mais sendo feita a troca na autoridade bancária (Banco Central) e não é aceita no comércio, nem nos bancos para depósito.

Só aceitem nas casas de câmbio do Brasil, as notas abaixo, ou ficaram com dinheiro aqui, mas sem poder gastar:

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dia dos Finados em Timor Leste!

Ontem, dia 02 de novembro, comemorou-se em boa parte do mundo cristão, o dia dos fiéis defuntos, ou dia dos finados, como é popularmente conhecido.

Para alguns era só mais um feriado, mas para boa parte dos timorenses, foi um dia de oração e silêncio.

Quando me dirigia pela manhã ao Instituto de Formação no bairro de Balide, já se formava uma procissão de jovens, senhoras e senhores em direção ao cemitério de Santa Cruz em Dili. A maioria deles carregava em suas mãos uma cesta de palha que continha em sua maioria, velas e flores. Algumas das senhoras trajavam véus que cobriam todo o rosto. Foi uma cena bonita de se ver. Pena que não fiz o registro.

Impressionante foi também perceber em uma grande parte de Dili e principalmente no bairro onde moro,Vila Verde, o silêncio. Ao contrário dos outros dias, não ouvi as músicas que de costume embalam os dias dessa população.

No ano anterior era possível ver nas ruas de Dili, velas acessas a noite, esse ano não presenciei tal fato!


"Procissão" de velas nas ruas de Dili

De acordo com a cultura animista do Timor e também de acordo com o lugar de nascimento deles, os espíritos dos mortos vão para os lugares mais altos da ilha, ou seja os montes Ramelau (ou Tataimalau, no subdistrito de Hatu Builico, distrito de Ainaro, Tatamailau significa "Avô de todos", no dialeto Mambai), Kablak (de muitas façanhas da Resistência Timorense, no distrito de Same) e Matebian (no distrito de Aileu, que em língua macassai, designa a “casa dos mortos”). Então por toda a Dili nesse dia e no dia anterior, era possível perceber placas anunciando excursões para esses montes, que para eles são sagrados.

Monte Matebian em Aileu

O respeito aos mortos e a religiosidade é algo ainda muito forte no povo timorense.


Monte Ramelau em Ainaro

Fotos retiradas da Internet, algumas são de domínio público!

domingo, 1 de novembro de 2009

Possibilidade de Tsunami no Timor?

Após minha postagem sobre os tremores de terra em Dili, alguns me perguntaram então se existe a possibilidade de acontecer um Tsunami em território timorense?

Ano passado antes de vir ao Timor, já tinha me feito essa pergunta e através de pesquisa em sites e artigos, descobri que a posição da Ilha de Ataúro e de algumas grandes e pequenas ilhas indonésias mais a leste e outras mais a oeste de Ataúro, como por exemplo as Ilhas Alor, Flores, Komodo,Romang, Wetar, Sunda, Ilhota de Liran, Ilhas da província de Maluku e ilhas de Barat Daya entre outras, fariam um "cinturão" que "protegeriam" a capital timorense e todo esse lado do país de uma possível Tsunami que vinhesse a se formar. Já pelo lado de Suai, temos o mar do Timor e a Austrália que também forneceria uma proteção natural para a ilha timorense.


Posição Geográfica do Timor-Leste

Mas segundo um pesquisador da Universidade do Minho em Portugal, a costa norte de Timor, a ilha de Ataúro e o en­clave de Oecússi encontram-se numa área de grande probabilidade de ocorrência de tsunamis com eventos superiores a 4 m de altura.

E que em 12 de Dezembro de 1992 na ilha das Flores (distante 561km de Dili), uma tsunami foi formada, provocada por um sismo com a magnitude de 7,8 na escala de Ritcher, causando 1 690 vítimas mortais e destruindo cerca de 18 000 casas.

Destruição na Ilha de Flores (Indonésia) após a passagem de uma tsunami em 1992

Esperamos que isso não ocorra mais!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Terremoto de 7,3 na escala Richter atinge o Timor no último dia 24/10

Todos que aqui vivem, sabem que abalos sísmicos no Timor-Leste é uma coisa normal. Em minha outra missão já tinha presenciado 3 terremotos fortes e outros de menor força. Um eu estava dando aula e comecei a me sentir tonto, foi quando percebi que era um terremoto, o segundo eu estava jantando e a mesa parecia que estava dentro de um barco o terceiro eu estava dormindo quando uma lata que estava em cima do guarda-roupa quase caiu na minha cabeça.


Nessa minha segunda missão já são 3 terremotos em pouco mais de 1 semana. Cheguei aqui dia 21, dia 24 por volta 23h40Hs (12h40Hs de Brasília), estava assistindo filme, quando tudo começou a tremer, parecia um efeito especial do filme. Descobri depois pesquisando no Centro de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos que Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu a costa da Indonésia. O epicentro do tremor teria ocorrido no mar de Banda, perto das Ilhas Maluku, a leste do Timor Leste. A Indonésia chegou a emitir um alerta internacional de tsunami, mas suspendeu o alerta mais tarde.

Mais 2 terremotos puderam ser sentidos nos dias 29 e 31 de outubro em Timor. O do dia 31/10 teve um magnitude 5.2 na escala Richter e aconteceu próximo a SULAWESI na Indonésia. Segundo o mesmo centro de pesquisa, um terremoto de magnitude 5.0 aconteceu na costa do Timor, no último dia 07, mas também sem causa nenhum estrago!





A Indonésia e o Timor-Leste estão sobre o chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma das áreas mais ativas do mundo para terremotos. O Timor-Leste está também na zona de con­vergência das placas tectónicas euro-asiática e australiana

Em nenhum dos 3 tremores que eu presenciei agora, ocorreram vítimas e desmoronamentos de casas.

Quando acontece um terremoto, os timorenses saem de suas casas e batem em panelas e pratos. Segundo a cultura dos mais antigos, Deus (Maromak) leva o Planeta Terra em seus ombros, quando Deus às vezes dorme, deixa a Terra cair, aí acontecem os terremotos. Alguns acreditam que batendo em pratos e panelas, conseguem acordar Deus. Também em caso de atentados, conflitos e confusões eles batem nas panelas e pratos, como uma forma de alertar aos outros. No mesmo horário que aconteceu o massacre indonésio no cemitério de Santa Cruz em Dili, eles também batem em panelas e soltam pequenas bombas, como uma forma de lembrar os mortos. Esse massacre ocorreu em 12 de Novembro de 1991, com quase 200 mortos.




*Imagens crédito: USGS - http://earthquake.usgs.gov/

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Promoção fantástica, nem no Paraguai tem dessa!

Fui comprar crédito para colocar em meu celular. Detalhe que crédito aqui se chama "pulsa" e celular "telemóvel", ambos os termos influenciados pelo Bahasa Indonésio e pelo Português de Portugal, respectivamente. Fui à Timor Telecom no bairro do Kolmera comprar 10 dólares de "pulsa",mas uma promoção me subiu aos olhos:

Telemóvel Alcatel (OT-103) zerado na caixa + Chip da Timor Telecom (SIMCARD) + 8 dólares de crédito por apenas 10 dólares. Não tive dúvidas, comprei. A matemática da TT está fantástica, porque um Simcard costumava custar 5 dólares + os 8 dólares de crédito já me custariam 13 dólares, ainda ganhei o aparelho celular, que não é essas coisas toda, mas como diz o ditado, de graça até ônibus errado, e ainda fiquei com 2 dólares de lucro.

Negócio da China, ops do Timor! Só espero que o Celular dure! Mas já estou no Lucro!

Até a próxima postagem!


Primeira semana de minha segunda estadia

Ao chegar a Dili, percebi ser verdade a afirmação de alguns mais veteranos, de que essa cidade se transforma a cada mês. Cinco meses no Brasil e quando chego aqui, já noto várias diferenças. A reforma do Cristo Rei já está quase concluída e eu fui lá em cima conferir. Está ficando muito bonito aquilo lá. Outra mudança que notei foi a retirada total dos refugiados ao lado da Catedral de Vila Verde, espero que tenham voltado para seus distritos.

Uma coisa me chamou a atenção em Dili, o aumento dos aluguéis e diárias em hotéis. Estive ajudando alguns colegas novatos a encontrar uma casa ou hotel para ficar em Dili. Hotéis que há 5 meses custavam 400 dólares hoje estão custando quase 600. Está quase que impossível encontrar-se uma casa decente para morar por menos de 400 dólares. Capitalismo selvagem!

Subida para o Cristo Rei

No mais o Timor continua como sempre, cheio de belezas e contrastes.



Informações sobre o Timor

Depois de morar 1 ano em Timor-Leste e agora em minha segunda estadia por aqui, resolvi compartilhar minhas experiências nesse paraíso cheio de problemas e belezas naturais bem no meio da Ásia. Espero que meus relatos ajudem a todos aqueles que pretendem vir ao Timor. Surgindo dúvidas, por favor, as postem para que eu possa ajudá-los mas especificamente.

Como chegar

O Timor está localizado no Sudeste Asiático, ao Norte da Austrália e faz fronteira com o Timor-oeste (Indonésia).


Saindo do Brasil, são várias as possibilidades para se chegar ao Timor. Pode-se embarcar em São Paulo em direção a Santiago no Chile pela Lan Chile (www.lan.com), de Santiago pela Lan Chile ou pela Qantas (www.qantas.com.au) embarca-se em um vôo com destino a Darwin (Austrália), com escala em Auckland (Nova Zelândia) e conexão em Sydney (Austrália). De Darwin, através da empresa Airnorth (www.airnorth.com.au) embarca-se para Dili (Timor-Leste). Entre conexões e escalas, são aproximadamente 3 dias para se chegar ao Timor-Leste. O vôo de Darwin para o Timor parte diariamente de terça a domingo às 6:30 da manhã e às segundas-feiras com um vôo extra a tarde. O tempo de vôo de Darwin até Dili é de aproximadamente 1 hora. O Trecho de ida São Paulo-Dili está custando aproximadamente US$ 1,750.00.


Outras alternativas saindo de São Paulo são as rotas África do Sul-Dubai-Bali-Dili ou Portugal-Londres-Singapura (ou Bali)-Dili, estas rotas dependendo da época do ano podem custar um pouco mais barato em comparação que a rota pela Austrália.


O Aeroporto Internacional de Dili, recebe e tem partidas atualmente para 3 vôos internacionais, o vôo diário de/para Darwin, o vôo diário da empresa Merpati (www.merpati.co.id) vindo/indo de/para Denpasar (Bali) – Indonésia e 3 vezes por semana um vôo vindo/indo de/para Singapura, da empresa Austasia.


Vindo pela Austrália é necessário um visto de Trânsito. São necessários os seguintes documentos*:

• Passaporte assinado e válido pelo período da estadia e passaportes anteriores, se já houver viajado ao exterior;

• Formulário 876 vigente, preenchido e assinado pelo requerente (a foto afixada no formulário deverá ser recente - 6 meses no máximo - e do tamanho 5x7 ou 3x4);

• Não há taxa para essa subclasse de visto;

• Itinerário da viagem;

• Confirmação da reserva da viagem a partir da Austrália para um terceiro país dentro do prazo de 72 horas depois da chegada;

• Comprovantes da documentação de entrada para aquele país (por exemplo: um visto);

• Uma carta explicando os motivos da viagem.


Para que o visto seja concedido, é necessário cumprir os requisitos de saúde e caráter determinados pelo Departamento de Imigração do Governo Australiano. Para informações sobre formulários, taxas e requisitos de saúde para um visto de transito, veja:

Formulários, Taxas e Requisitos de Saúde - http://www.brazil.embassy.gov.au/brasportuguese/visa_forms.html

Para informações sobre o envio e retorno do requerimento, o pagamento da taxa e outras informações importantes, veja:

Informações Adicionais Importantes - http://www.brazil.embassy.gov.au/brasportuguese/paper_visa.html

Para informações sobre o endereço e meios de contato com o DIAC em Brasília, veja:

DIAC em Brasília - http://www.brazil.embassy.gov.au/brasportuguese/contact.html

Sites adicionais de informação:

http://www.brazil.embassy.gov.au/ (em português)

http://www.immi.gov.au/ (em inglês)

www.immi.gov.au/visitors/transit/index

*Fonte: Site Embaixada Australiana em Brasília, para maiores informações: http//:www.immi.gov.au.

Atenção: Quando do desembarque na Austrália ou na escala em Auckland, não deve-se ter em poder qualquer objeto feito de madeira, alimentos, partes de animais, restos de solo em sapatos/tênis, medicamentos, objetos de palha, entre outros. Se tiver em sua bagagem algum dos objetos citados, você deve descartá-los nas lixeiras antes do setor de imigração ou então declará-los no cartão de desembarque. Não tente passar com eles sem declarar, eles são muito rigorosos quanto a isso, a multa pode chegar a mil dólares australianos (cerca de 1.100 dólares americanos), fora o risco de você ser detido. Declare e não tenha problema, o máximo que pode acontecer ao declarar, é seu objeto ser retido ou desinfetado contra insetos.


Visto para o Timor-Leste:

O Visto para o Timor-Leste é obrigatório para Brasileiros a turismo ou a trabalho e pode ser retirado quando da chegada ao aeroporto (Visa on Arrival). Ele custa 30 dólares americanos e tem a validade de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias. Quando a partida do Timor se dá pela forma aérea, deve-se pagar no momento do embarque uma taxa aeroportuária de 10 dólares americanos (obrigatório para todos). Atualmente existe um acordo entre o Governo Timorense e o Governo Brasileiro que dispensa de Vistos, portadores de passaportes brasileiros de Serviço (Oficial).

Dados do Timor-Leste

Superfície: 15.000 Km2

População: 790.000 habitantes (estimativa)

Moeda: Dólar americano

Língua: O Tétum (falado por 1/4 da população) e o Português (falado por 10% da população) são as línguas oficiais do Timor, o Bahasa Indonésio (falado por 90% da população) e o Inglês são amplamente utilizados.

Riscos de saúde: Incidência de malária, dengue e encefalite japonesa, então use repelentes (tem para vender no comércio local) e se for ficar um longo período no Timor, seria bom se prevenir tomando as 3 doses da vacina contra a encefalite japonesa, que não é encontrada no Brasil e pode ser tomada na Clínica Portuguesa em Dili, ao custo aproximado por pessoa de US$ 540 as três doses. O Timor, segundo a OMS é zona de risco para malária e encefalite japonesa. A encefalite japonesa é uma doença infecciosa aguda, causada por um flavivírus capaz de acometer o sistema nervoso central. A transmissão ocorre através da picada de mosquitos infectados (espécies do gênero Culex), que se proliferam em coleções de água e têm hábitos predominantemente noturnos. Menos de 1% dos indivíduos apresenta febre, dor de cabeça, prostração, dor no corpo, náuseas e vômitos. Com a evolução da doença, surgem as manifestações neurológicas, como dificuldade de equilíbrio, fraqueza muscular, alteração de comportamento, diminuição do nível de consciência (sonolência excessiva) convulsões e coma. Cerca de 30% dos indivíduos que adoecem evoluem para o óbito e 50% permanecem com seqüela neurológica. Os casos mais graves, geralmente, ocorrem em crianças e idosos. Não existe tratamento específico para a doença. As doses podem ser tomadas também na Austrália. Contra a malária o único meio de prevenção confiável é o uso de repelentes. Existem pessoas que recomendam a utilização de medicamentos enquanto estiver na área de risco. Segundo especialistas que consultei, tais medidas podem ser maléficas, pois se você vier a contrair a malária e já estiver utilizando continuamente o medicamento, o tratamento poderá não agir satisfatoriamente.

Eletricidade: 220V; 50Hz. O sistema de geração de eletricidade do Timor-Leste é a base de geradores que funcionam com óleo Diesel. Em Dili e no distrito de Baucau, o abastecimento de eletricidade é contínuo, com algumas quedas de eletricidade durante o dia, devido a problemas nos geradores ou manutenção dos mesmos. Em outros distritos, como em Ainaro, a eletricidade só é fornecida de 18 às 00:00 hora. Em alguns outros distritos e subdistritos pode não haver fornecimento elétrico.

Pesos e medidas: Sistema métrico

Fuso horário: GMT +9 (mesmo fuso horário de Tóquio no Japão, ou seja 12 horas a mais que o horário de Brasília).

Telecomunicações: Código internacional +670. Sistema móvel GSM. Em Timor só existe uma empresa de telecomunicações, a Timor Telecom. A cobertura do sinal é boa e se dá em Dili e nas 13 capitais dos distritos. É possível o envio/recebimento de SMS para o Brasil/Timor apenas para as empresas Tim e Vivo, ao custo de 25 centavos de dólar por mensagem enviando do Timor para o Brasil e a 1 real por mensagem enviando do Brasil para o Timor. O custo da ligação do Timor para o Brasil é de noventa centavos de dólar americano por minuto, enquanto que do Brasil para o Timor pode chegar a 8 reais o minuto. Uma outra alternativa mais barata para ligar do Timor para o Brasil é utilizando o serviço do Skype, através do plano Brasil 400, ao custo de 23 reais por 400 minutos de ligação para qualquer número fixo no Brasil.

Internet: Em Dili e em Baucau, existe a oferta de internet banda larga (conexão razoável) em Lan House, ao preço que varia de 1 a 4 dólares a hora. A Timor Telecom está oferecendo para Dili um plano de Internet Banda larga residencial (200KB/s) ao preço de 60 dólares/mês + 150 dólares de taxa de instalação.

Informações Importantes: Beba exclusivamente água engarrafada, você vai encontrar marcas de água indonésia (Aquase, Ana...) e de Multinacionais como Danone, etc, nas ruas de Dili e dos distritos. Uma garrafa de 1,5l custa US$ 0.50 e a de 500mL custa US$ 0,25 em média. Estas águas engarrafadas são confiáveis. Verifique sempre se o rótulo não está rompido. Evite o gelo e preste atenção à comida não cozida.

Ao consumir frutas e verduras, que podem ser adquiridas a preços baixos nas ruas de Dili e distritos, lave-as bem sempre e utilize se possível água sanitária para desinfetá-las. Água sanitária e vinagre são facilmente adquiridos em supermercados e pequenos comércios populares em Timor. O sistema de tratamento de água de Dili não cobre toda a cidade, então evite utilizar a água do sistema de abastecimento para cozinhar e beber.

O Timor tem um clima parecido com as regiões Norte/Nordeste do Brasil, então previna-se da desidratação, bebendo muita água, usando protetor solar fator 30 (traga do Brasil, os de Timor não são muito bons) e usando um chapéu. Em algumas cidades montanhosas o clima pode chegar a 12ºC, fazendo necessário o uso de roupas para frio, já em Dili, a temperatura pode chegar perto dos 40ºC.

O Timor utiliza a "mão inglesa" em seu trânsito, ou seja, se conduz na faixa da esquerda. A habilitação para dirigir emitida no Brasil (CNH) tem validade em território timorense, bastando se dirigir ao departamento de trânsito em Dili, para fazer a troca da CNH pela carteira de condução Timorense.

Moeda: Dólar americano (notas americanas e moedas timorenses). Em alguns lugares de Dili e nos distritos, só são aceitas as notas de dólar com o novo modelo. Notas antigas devem ser trocadas pelas novas, na Autoridade de Pagamento (Banco Central), vizinho ao Instituto Camões em Dili. Câmbio de Euro para Dólar pode ser feito nas Agências dos Bancos de Dili, mas notas de pequeno valor (1,10, 20...) não são aceitas em alguns bancos para câmbio. A Rupia Indonésia pode ser trocada para dólar americano além dos bancos nas ruas de Dili.

Moedas Timorenses


Estas notas são aceitas normalmente

Essas notas precisam ser trocadas


Operam no país o banco Australiano ANZ, o Português, Caixa Geral de Depósito-BNU e o Indonésio Mandiri. Existe ainda uma filial do Western Union, que permite o envio e recebimento de dinheiro do exterior em 40 minutos.

Cartão de crédito: Poucos estabelecimentos aceitam, então traga dinheiro em espécie.

Preços das refeições: Variam de 3 a mais de 20 dólares. Em Dili, você poderá encontrar uma variada cozinha internacional, com restaurantes australianos, chineses, portugueses, japoneses, indonésios, indianos, turcos e brasileiros (Café Brasil e Café Aroma).

Onde ficar: Dili oferece uma boa variedade de hotéis e pousadas, mas o preço das diárias nos últimos anos vem subindo bastante e variam de 25 a 500 dólares americanos.

Alguns hotéis e pousadas de Dili: Hotel Timor (Superior), Hotel Turismo, Hotel Dili, Venture Hotel, Hotel Rocela, Hotel Luis Clarita, Pousada do Jacinto, Orchard Apartments e backpacking, Hotel Vila Verde, entre outros. Poucos hotéis disponibilizam sites em internet, então para fazer reserva em algum deles, a única maneira é através de um contato telefônico.

Automóveis/Motos: É possível adquirir uma boa moto/automóvel em Dili a preços que chegam a 1/4 do preço do Brasil. O que explica isso é o baixo número de impostos e taxações sobre importações no Timor. Então com 800 dólares americanos você consegue comprar uma moto de 100cc. Se for exigente, com US$ 1800 você compra uma Honda 200cc. A maioria dos carros e motos que rodam no Timor, são fabricados na Indonésia, China e Japão. Com 5 mil dólares você consegue comprar uma mini-pajero semi-nova que no Brasil não compraria por menos de 30 mil reais. Uma outra opção é alugar um automóvel ou moto em Dili. Os preços do aluguel variam entre 15 e 40 dólares a diária, dependendo do modelo escolhido.

Transporte: Em Dili é possível andar de Taxi a preços baratíssimos, para todos os lugares. Dentro da cidade o preço da corrida de um taxi chega no máximo a 2 dólares, para lugares mais distantes como a Praia do Cristo Rei e o Aeroporto a corrida pode chegar a 4 dólares. Como os taxis não utilizam taxímetro e o preço é combinado entre motorista e passageiro, vale sempre pechinchar e nunca pague a mais do que combinou e se achar que está sendo explorado, desista do taxi e pegue o próximo, a concorrência de taxis em Dili é muito grande. Conheço uma pessoa que pagou 20 dólares em uma corrida do Aeroporto para o centro de Dili. Um absurdo, no máximo essa corrida deve custar 5 dólares. Então pechinche sempre e combine o preço antes de entrar. Além dos taxis, rodam em Dili, umas pequenas vans que eles chamam de "mikrolets", geralmente o preço nesse tipo de transporte é de 25 centavos de dólar, mas os estrangeiros normalmente não utilizam esse tipo de transporte, por andar quase sempre cheio e pelo espaço que é diminuto. Entre Dili e os distritos e também entre distritos existe a possibilidade de utilizar um outro meio de transporte chamado de "Bus" ou "Bus-kota", se pronuncia "Bis" ou "Bis-cota", são semelhantes as vans que encontramos no Brasil e os preços variam de 3 a 20 dólares, dependendo do destino. Nesses transportes além de passageiros é normal encontrarmos animais, sacos de arroz e motos. Ainda existe na ligação dos distritos a "Anguna" que no Brasil, conhecemos como Pau-de-arara. E para finalizar os meios de transporte do Timor, temos um ferry (Nakroma) que a faz a ligação entre Dili e a Ilha de Atauro (aos sábados), com um preço que varia entre 1 e 5 dólares, dependendo se você é timorense ou não, a viagem dura em média 3 horas e vale a pena ser feita. O mesmo ferry faz também as quintas-feiras a ligação entre Dili e o enclave de Oecussi. Essa viagem até Oecussi dura em média 12 horas.

Mikroleti das ruas de Dili

De todos os meios que citei, só não ainda utilizei as mikrolets, devido a minha altura e a viagem para Oecussi. Mas esse ano, quem sabe, o farei.

Embaixada do Brasil em Dili:

Temos uma Embaixada Brasileira em Dili, inclusive com o serviço de emissão de passaportes. Ela fica próximo a Embaixada da Indonésia. Para chegar lá basta pedir o taxi para ir na Embaixada da Indonésia, nossa Embaixada fica quase em frente. O telefone da embaixada brasileira é (+670) 3324 203 e o fax (+670)3324 620. O email da Embaixada é brasdili@timortelecom.tp ou esctimor@oftice.net.au

Serviços de Emergência no Timor:

Polícia: 7230686

Bombeiros: 7230686

Ambulância: 7233212


Custo de Vida

Segundo alguns estudos, Dili tem o segundo custo de vida mais caro da Ásia, perdendo apenas para Tóquio. Isso se explica, porque o Timor importa quase tudo que consome e suas principais fontes de renda é o petróleo, a exportação de café e o dinheiro que entra através de doações internacionais e salários de nós estrangeiros. Como a procura às vezes é maior que a oferta, preços de aluguéis e de alguns gêneros alimentícios estão subindo bastante de um ano para o outro. Um estrangeiro gasta com alimentação, moradia e vestuário por mês em Dili em torno de mil dólares, para viver razoavelmente.

Supermercados

No Timor é possível encontrar quase todos os produtos que encontramos no Brasil, com as mesmas marcas. Salvo produtos mais específicos e regionais, como o queijo de coalho, a massa para cuscuz, o Guaraná Antártica, a carne de charque, entre outros produtos, que infelizmente ainda não chegaram por aqui. O frango de quase toda a Ásia é importado do Brasil, então é comum encontrarmos marcas como Perdigão, Rezende e Sadia.

Variedade de Fanta encontrada em Dili.

O que fazer para se divertir?

Observação de Baleias e Golfinhos

Os golfinhos são presença habitual nos mares de Timor-Leste, em particular ao largo freqüentemente visíveis no alto-mar entre a ilha de Ataúru (Ataúro) e Dili (Díli).

Mergulho

Timor-Leste possui uma extensa barreira de quilômetros e quilômetros de coral virgem, oferecendo um dos melhores lugares do mundo para atividades subaquáticas. Existem várias empresas que disponibilizam serviços de mergulho para diferentes sítios em Dili, ilha de Ataúro, Manatuto, Tutuala e To-tina (ilhéu de Jaku). A barreira de corais de Timor-Leste serve de abrigo para uma vasta variedade de seres marinhos, desde tartarugas, baleias até às mais diversas espécies de coloridos peixes tropicais, incluindo o peixe palhaço (Nemo).

Praia do Cristo Rei e Areia Branca!

Dili é a capital de Timor-Leste. É essencialmente um centro comercial e administrativo. Uma enorme estátua do Cristo-Rei domina o pequeno pico em Fatucama. Uma das melhores praias de Dili é a Areia Branca. A ilha de Ataúro, que pode ser vista da praia, é um bom local para excursões turísticas. Existem em Dili algumas boites que funcionam geralmente nos fins de semana e outras como o "Motion" que funciona todas as quintas-feiras. Nessas casas noturnas é possível encontrar música ao vivo, som mecânico e DJ's. Em algumas casas noturnas a presença quase que 100% é de internacionais, mas isso vem mudando com o tempo e os timorenses já passam a freqüentar em peso algumas.

Vista da Ilha de Ataúro ao Longe!

Ecalando montanhas - Ramelau ou Tatamailau e Loelaco

Atinge-se o cume da montanha mais alta de Timor-Leste, a partir de Hatubuilico, por florestas e caminhos íngremes, em cerca de duas horas de caminhada. Seis horas de viagem levam-no à montanha de Loelaco, perto de Maliana, passando pelas vilas de Bobonaru (Bobonaro) e Marobo, com oportunidade para ver as tradicionais casas convexas da região.

Importante:

A aquisição e exportação de corais, aves, sândalo e tartarugas são proibidas por lei, embora a fiscalização não seja muito ativa. Lembre-se que Timor-Leste é um país jovem, com pouca experiência no setor do turismo e em receber turistas. Respeite as tradições timorenses.


Referências e créditos de fotos:

  • CD TURISMO EM TIMOR, PARAÍSO A LESTE, da Direcção Nacional do Turismo de Timor-Leste da República Democrática de Timor-Leste;
  • Arquivos pessoais;
  • Crédito de algumas fotos para D. Camolesi.